Na cena contemporânea, nem sempre a arte é tão óbvia. Bacharelando em Belas Artes pela UFRJ, o artista plástico Daniel Murgel tem uma retórica própria. Com exposições individuais e coletivas no seu currículo, o artista, natural de Niterói, tem obras que fazem parte dos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), do Banco do Nordeste do Brasil (CE), do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (RJ) e do Museu da Cidade (SP). Em 2011, foi indicado ao Prêmio Pipa. Seus desenhos aquarelados e suas instalações recentes são paisagens contemporâneas. A cena dá lugar a espaços fragmentados. Seus principais emblemas são: árvore, homem e cidade seccionados do ambiente comum que os deveria acolher e aconchegar. Tão convencionais quanto quaisquer outros, só que Murgel consegue deslocar o homem da exterioridade contemplativa de sua obra para dentro do mundo desarticulado. Na foto temos "É o muro que transborda", de 2013, feita com tijolos, cimento e madeira (220 x 120 x 160 cm). Um luxo, pero no mucho!