Foto: Geovanna Gellan
A Companhia de Teatro Heliópolis estreou o espetáculo "Sutil Violento" na Casa de Teatro Maria José de Carvalho. Com texto de Evill Rebouças e encenação assinada por Miguel Rocha (diretor e fundador do grupo), a montagem trata da violência sutil - visível ou comodamente invisível - do nosso cotidiano. A encenação de "Sutil Violento" inicia com um frenesi cotidiano, as pessoas correm. Não param. Mal se percebem. Desviam umas das outras, em alguns momentos se esbarram e, em átimos de atenção, reparam que há outros tão próximos e tão parecidos (ou tão diferentes?). Ali, logo ali, há um corpo caído no chão. Será um homem ou um bicho? Apenas se cansou ou não respira mais? Queria comunicar algo, mas será que conseguiu? Um olhar mais atento ao entorno começa a revelar abusos, agressões, confrontos e opressões diárias: formas de coerção privadas ou públicas. Sutis violências do nosso tempo; tão sutis que se tornam invisíveis, naturalizadas. Segundo o diretor Miguel Rocha, o espetáculo aborda o tema microviolência por meio de uma estrutura fragmentada, tanto na cena quanto no texto. A dramaturgia é composta por um conjunto de elementos: ações físicas, movimentos, música ao vivo e texto. Não há personagens com trajetórias traçadas, mas “figuras” cujas relações com o contexto social em que vivem estão em foco, a exemplo da mulher que é silenciada e do jovem que usa sapatos de salto mediante olhares atravessados. “As microviolências se revelam a partir dessas relações que se estabelecem entre essas pessoas e a sociedade”, argumenta o diretor. O espetáculo acontece todos os Sábados, às 20 horas na Casa de Teatro Maria José de Carvalho que fica na Rua Silva Bueno, 1533. Ipiranga/SP.