O brasileiríssimo Getúlio (2013) é bem dirigido e conta com uma bela interpretação de Tony Ramos. Inspirado em fatos reais, o roteiro é moroso e pouco convincente em suas emoções, mas bem estruturado enquanto história relatada. A música por vezes revela o diálogo no silêncio, uma trilha sonora presente como um personagem a parte. Na narrativa, a intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes até tomar a decisão de se suicidar. Além da caracterização de cerca de duas horas, o corpo de Getúlio Vargas visto em cena foi especialmente produzido por uma senhora vinda de Los Angeles, que é especialista em "trajes para pessoas obesas". Também foram esculpidos três corpos usados por Tony Ramos durante as filmagens, que incluíam não somente uma barriga postiça mas também braços e pernas "gordos". Um dos poucos filmes brasileiros que realmente vale à pena assistir, não só pelo contexto histórico, mas pela bela produção apresentada.