28 de outubro de 2021

Nossos Ossos

Foto: Cleber Correa

"Nossos Ossos", do romance homônimo de Marcelino Freire estreia dia 30 de outubro no Espaço da Revista. Em Nossos Ossos, o primeiro romance do premiado autor pernambucano radicado em São Paulo Marcelino Freire , a construção do espetáculo se dá a partir de linguagens múltiplas, como a música (em forma de texto cantado), cenas visuais que contam a história potencializando o discurso da fala, o teatro gestual como dramaturgia do corpo, e assim por diante. A peça tem dramaturgia de Daniel Veiga (paulistano) e música original de Isabela Moraes (pernambucana). Os figurinos levam assinatura de Marcos Valadão, luz de Gabriele Souza, direção musical e arranjos de Marco França. O elenco é composto pelos atores: Vitor Vieira, Aivan, EvasCarretero, Demian Pinto, João Victor Silva e Cezar Rocafi.


A história acompanha a saga do dramaturgo premiado Heleno para fazer as honras fúnebres a um garoto de programa, Cícero, brutalmente assassinado nas ruas de São Paulo. O espetáculo será realizado simultaneamente na versão presencial (24 pessoas por sessão) e na versão online. No teatro, o público assiste à peça em cabines de “peep show”, isoladas. Essa ideia, além de se configurar como uma segurança para o público e atores nesse momento de transição para retomada do teatro presencial, faz parte da dramaturgia, como se o espectador estivesse numa cabine de um sex shop secreto ou ainda dentro de um apartamento olhando pela janela o movimento da noite, na rua; ou ainda numa terceira alusão, dentro de um carro, observando os frequentadores da madrugada paulistana.


A versão online é reduzida e ao vivo. A câmera entra na encenação como um personagem. O câmera-man faz parte da ação como um passante que filma as cenas do cotidiano com seu celular. Dessa forma, o espetáculo atinge um público ainda maior, que pode ver o espetáculo de casa, do seu computador pessoal. Uma ação complementa a outra, não invalidando nenhuma das experiências. Cada uma terá um olhar personalizado, garantindo o interesse e o acesso ao espetáculo e tornando a forma totalmente viável em tempos de pandemia e distanciamento social. Não se trata de uma adaptação de uma obra aos nossos tempos, mas sim um projeto que já nasce nesse formato, garantindo sua realização.

Na sinopse, tendo como cenário o submundo da noite de São Paulo, “Nossos ossos” é uma fábula visceral sobre a proximidade entre o amor e a morte: cada capítulo é associado a uma parte do esqueleto humano. O protagonista é Heleno, dramaturgo que resgata no necrotério o corpo de um michê e se impõe a missão de levá-lo até Poço do Boi, em Pernambuco. Durante os preparativos para a estranha aventura, ele relembra a própria história, da infância mirrada e pobre no sertão ao sucesso na metrópole paulistana. Na prosa poética de Marcelino Freire, uma fábula macabra sobre a proximidade entre amor e morte.

Sábados e domingo às 19h. Sessões extras de sábados as 21h30 e sessões do dia 30, gratuitas.