Kazuo Ishiguro, em sua obra "Quando éramos órfãos", tem uma abordagem bem pessoal em toda a sua estética literária. A interpelação da temática da busca de pais desaparecidos, contudo, é sutil. A história em si não envolve tanto inicialmente, mas há ritmo na leitura e o final é bem capcioso. Os personagens são bem construídos e instigam a curiosidade do leitor. Neste romance sutil e envolvente, o detetive Christopher Banks retorna a Xangai, sua terra natal, onde seus pais desapareceram misteriosamente há vinte anos. A cidade agora é palco da guerra entre China e Japão, e a busca de Banks por seus pais passa a confundir-se com a busca pela ordem num mundo órfão, vitimado pela sombra. Leitura interessante, diria!