Secondhand Lions (no Brasil chama-se Lições para toda a vida) é um filme com um inicio tão perfeito e tão claro quanto a definição dos personagens, os objetivos de cada um e suas personalidades que você se apaixona de cara... mas basta ir mais adiante que o resultado final da película é se perguntar onde o roteirista se perdeu? A resposta é fácil: quando o filme se torna chato... A proposta e idéia do filme é maravilhosa: um pequeno garoto é obrigado por sua mãe a passar o verão ao lado de dois tios que ele mal conhece, ambos com passados cheios de mistérios. Ele começa a descobrir seus segredos e suas histórias. Ah! E o final do filme? É, simplesmente, ridículo e sem pé nem cabeça. Avisei! Mas se quiser arriscar...
Enfim, arranjei tempo e fui assistir Avatar... também não é para menos, o filme mais caro, tornou-se agora o segundo filme de maior bilheteria aqui nos Estados Unidos. Ainda atrás de Titanic, Avatar fez e está fazendo história no exterior. Simplesmente é considerado o campeão de todos os tempos nas receitas internacionais. Mas não é para menos, a história pode ser simples, mas traz consigo um teor de humanidade incrível, além é claro, dos já falados recursos tecnológicos. Um paraplégico que pode andar através de um avatar é tão irônico quanto orgânico. Há personagens bem trabalhados e com personalidades distintas, mas que se completam no conteúdo do roteiro. Os diálogos são bem feitos e posso garantir que assistir na tecnologia 3D Imax é algo fora do comum. É o tipo de filme que você não pode assistir numa tela comum, mas se não tiver jeito, tá valendo, pois este filme, com certeza já entrou para a história internacional do cinema...
O guitarrista norte-americano, Ray Parker Jr, e sua banda marcam época com a música You can't change that. É a pura reafirmação de um instant-classic, downtempo soul/disco groover do ano de 1979. Mas ela parece tão moderna quanto hoje... A música tem sonoridade, é gostosa de ouvir e cantar, sem falar na letra que é um doce. Como curiosidade, Parker é conhecido por escrever e executar os temas músicais do filme Ghostbusters.
Usando como pano de fundo a morte de Elis Regina, aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982, Lílian vive sua primeira decepção. Ela tem quinze anos e depois de esperar por muito tempo, percebe que foi abandonada. Lílian volta para casa sozinha e no caminho entende o que é dor. Ela e a cidade inteira entende o que é perda. Cada um a sua maneira, mas com o mesmo sentimento no coração: dor. Nesse dia, Lílian e a cidade são o mesmo.
Todo mundo sabe que a graça de fazer negócio é pechinchar, ainda mais no interior. Mas esses fazendeiros de Minas levam isso às últimas consequências! E tal história nos presenteia com um curta bem engenhoso e divertido. Dois compadres se encontram para um negócio de compra e venda de gado. O interessado em comprar enche de defeitos os animais. O que está vendendo, naturalmente, só tem elogios. Mas além da qualidade do produto eles precisam também acertar o preço... Então, divirta-se!
Prêmios Melhor Ator no Cine Ceará 2002 Melhor Ator no Festival de Gramado 2001 Os 10 Mais - Escolha do Público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2001 Prêmio aquisição Canal Brasil no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2001 Prêmio Especial de Roteiro /ABD-RJ no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2001 Melhor Ator no FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2002 Melhor Ator no Festival de Cinema Brasileiro de Miami 2002 Melhor Roteiro no Festival de Curitiba 2002
Festivais Clerrmont-Ferrand Film Festival 2001 Drama Film Festival 2002 Festival de Brasília 2001 Festival de Cinema de Campo Grande 2004 Festival de Tiradentes 2001 Festival de Trieste 2002 Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 2001 Mostra O Bonequinho Viu - Festival do Rio 2002 Vitória Cine Vídeo 2001 Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá 2001 Mostra Tiradentes - Edição Itinerante 2002
Este curta vai em homenagem aos intelectuais de merda... Uma comédia pra lá de cínica sobre a arte de se fazer filmes de arte. Um arraso na intelectualidade de mesas de bar... Com diálogos naturais e perfeitos, trata-se de uma ótima receita para um cinema cabeça que vai render, ao menos, uma boa conversa de bar. Uma verdadeira Novela Vaga... Vale à pena conferir!
Festivais Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2007
Reunindo pela primeira vez desde a morte de seus pais, cinco anos antes, as irmãs Rosie (Lily Wheelwright) e Sonia (Katharine James Flynn) se encontram na casa de veraneio da família para a festa de aniversário de Sonia. Mas o encontro está longe de ser festivo por conta das feridas do passado que rapidamente ressurgem. O filme Orphans de 2007 é um verdadeiro drama indie intimista e vencedor do Prêmio do Júri no SXSW Film Festival. Vale à pena ver, mas sem grandes expectativas para quem não gosta do gênero.
Lola Rennt (ou em bom português Corra, Lola, Corra), de 1998 é um filme alemão que foge da linguagem tradicional, mas que tem personalidade de sobra... Lola recebe um telefonema de seu namorado Manny. Ele perdeu 100.000 marcos em um trem do metrô. O dinheiro pertence a um cara muito ruim e Lola tem 20 minutos para levantar esta quantia e salvar Manny. Caso contrário, ele vai roubar uma loja para conseguir o dinheiro. Assim, começa o filme que têm três alternativas finais e totalmente diferentes. Eles podem acontecer dependendo de alguns eventos menores executados ao longo da película. Bem interessante. Um roteiro bem bolado e com uma narrativa inovadora em que brinca com as casualidades do dia-a-dia, e, então, varia-se as histórias. Corra, Lola, Corra ganhou alguns prêmios internacionais, como o de Melhor Filme Estrangeiro pelo Independent Spirit Awards, e é um excelente filme alternativo para se curtir. Tem 3 finais maravilhosos e orgânicos que, dependendo do gosto do espectador, pode-se dar ao luxo de escolher. Um filme bem interessante, diria! Quer ver o trailer? Então, vamos nós...
Estou pra ver um filme tão ruim quanto Orphans, de 1998. Existem outros filmes entitulados como tal, mas se você encontrar numa locadora a capa ao lado, fuja à leguas e não perca seu tempo. Um drama familiar que se diz engraçado, têm como pano de fundo o conto de quatro irmãos escoceses, que se reúnem para enterrar sua mãe. Os irmãos apresentam uma definição de disfunção dolorosa que, estranhamente, tem um humor meio ao caos instalado num péssimo roteiro. Posso garantir que o filme é um lixo, mas se quiser arriscar, é por conta e risco...
Blackout é simplesmente um curta brilhante, não é à toa que foi tão premiado... Um assessor de um deputado corrupto e um suplente entram numa sala em reforma no último andar da Assembléia Legislativa para fumar um "baseado" no fim de uma sexta-feira. Ao reclamar de que tudo tem dado errado naquele dia, principalmente por ter que cuidar de um suposto caso amoroso envolvendo seu chefe, o assessor do deputado e seu amigo suplente se deparam com situações que provam que tudo na vida pode sim piorar. E muito! Os diálogos são maravilhosos e o roteiro orgânico, sem falar na atuação de Wagner Moura. Mesmo que você não goste e nem esteja aí para politica alguma, vale à pena dá uma olhada...
Prêmios 10 Melhores Curtas Brasileiros do Público no Festival de Curtas de São Paulo 2008 Melhor Ator no Festival de Gramado 2008 2 º Lugar - Júri Online no Cine PE 2009 Melhor Curta - Júri Popular no Cine PE 2009 Melhor Ator no Festival do Juri Popular 2009 Melhor Filme no Festival do Juri Popular 2009
Festivais Brazilian Film Festival of Toronto 2009 Cameramundo Independent Film Festival 2009 Curta Cinema 2008 Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2009 Festival de Cine de Huesca 2009 Festival de Cinema de Maringá 2009 Festival do Rio 2008 Goiânia Mostra Curta 2008 Molisecinema 2009 Cinema-se 2009 Cinesul 2009 FAM - Florianópolis 2009 Festival de Artes Audiovisuales de La Plata - FESAALP 2009 Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá 2009 Festival de Curtas de Belo Horizonte 2009 Festival Internacional de Filmets de Badalona 2009 Festival International du Court-metrage de Mohammedia 2009 Festival Pop de Cinema 2009 Festival DOIS ribeiras 2009 Guarnicê de Cine e Vídeo 2009 Kratkofil - International Short Film Festival, em Banja Luka 2009 Mosca - Mostra Audiovisual de Cambuquira 2009 Mostra do Filme Livre 2008 Mostra Taguatinga 2009 Prêmio FIESP / SESI do Cinema Paulista 2009 Curta Cabo Frio 2009 Prêmio Itamaraty 2009
Do ano de 2003, o filme Sylvia nos conta a história da poetisa, romancista e contista norte-americana Sylvia Plath. Ela que fora casada com o poeta britânico Ted Hughes fica atormentada com tal relação amorosa, seja pelo talento, ambição ou sucesso do marido. Nos primeiros anos deste casamento, Sylvia não tem inspiração e cada vez mais sente a infidelidade do marido. A personagem, independente do filme ser uma biografia, drama ou romance, é profunda e real, tendo sua depressão agravada por seu marido mulherengo. É somente no final, quando eles estão separados, que Sylvia é verdadeiramente capaz de explorar as profundezas escuras da sua alma e escrever brilhantemente... A partir daí rendendo-lhe a fama que a tornou tão conhecida no mundo. O filme além de brilhante, é natural. Para quem gosta do gênero, imperdível!
É um filme de terror com boa dosagem de suspense, mas que tem uma história mais próxima ao real, se é que podemos falar isso dos filmes de terror. Uma órfã e mãe obstinada, um filho que também é órfão, mas com data marcada para morrer e um pai controverso com uma dosagem de fé, mas descredulo e alheios a acontecimentos de alma. Os personagens são bem trabalhados e o roteiro impecável. Do meio para o fim, o filme é bem mais interessante.
Laura passou os anos mais felizes de sua infância num orfanato à beira mar com seus companheiros órfãos, que ela amava como irmãos e irmãs. Trinta anos depois, ela retorna com seu marido Carlos, e Simon, seu filho de 7 anos, com um sonho de restaurar e reabrir o orfanato há muito abandonado como um lar para crianças deficientes. O novo lar e a sua envolvente misteriosa despertam a imaginação de Simon e o rapaz começa a contar um emaranhado de contos fantásticos e não tão inocentes jogos ... Memórias profundamente inquietantes da sua própria infância podem estar escondidos à espreita na casa antiga, algo que espera emergir e infligir danos horríveis na família de Laura. Um pouco deste universo, você pode sentir no trailer em seguida...
Quando você encontra Kolya pela primeira vez na tela, é paixão imediata. Mas o filme tem uma doçura e candura bem particular. Ele é gentil e ao mesmo tempo lindo. Gentil porque traz à tela situações banais do dia-a-dia, mas que faz a mágica na grande tela. Lindo porque ele é simples, mas de uma verdade absoluta que só as almas especiais conseguem tocá-la. Franta Louka é um violoncelista na soviética da Checoslováquia. Um solteirão convicto. Quando perdeu o seu lugar na orquestra do estado, passou a tocar em funerais, mas como tinha acumulado uma grande dívida, acabou se casando por dinheiro com uma russa, por sugestão do seu amigo coveiro Mr. Broz, para que ela pudesse receber seus papéis de Checa. Relutantemente, Franta acaba concordando. A Checa aproveita a situação para emigrar para a Alemanha Ocidental, junto ao seu amante, e deixa seu filho de cinco anos de idade com sua avó. Quando a avó morre, Kolya tem que ir morar com Franta, seu padrasto, oficialmente.
É um filme realista, jamais romantiza o assunto que trata. De tão realista é capaz de deixar algumas pessoas depressivas (uma amiga minha pode me jurar isso), mas ele mostra a dura realidade da prostituição sem capas ou maquilagens. Tanto é que usa verdadeiras prostitutas na película. Muito interessante! E você não precisa ser muito “advinha” ou expert em prostituição para saber quem é atriz e quem é puta, está na cara. Fiona é um personagem forte e muito bem interpretado por Anna Thomson. A linguagem visual é um pouco suja, mas faz parte da proposta do filme. A história de Fiona e sua mãe é dividida em oito capítulos. Fiona é abandonada aos seis meses de idade, criados em lares adotivos ela é abusada. Nossa heroina tem uma queda de amor por outras mulheres e ao se envolver com um assassinato de policiais, é obrigada a se esconder em uma casa de crack, e, então, decide deixar a cidade. Nós vemos a mãe, uma prostituta e também usuária de drogas, ocasionalmente falar sobre sua filha perdida. Mas um dia a vida proporciona este reencontro.
Aquarela é uma animação gostosa, mas também com a trilha homônima de Toquinho, Vinicius, Morra e Fabrizio, é fácil de se trabalhar pois a letra é maravilhosa. O filme faz uma metáfora entre a vida, do nascimento à morte, e uma pintura de aquarela que, com o tempo, descolore. Linda metáfora, diria!
Prêmios Liv Ullman Peace Prize no Chicago International Kids 2003 2º Lugar Júri Popular - Melhor Animação Infantil no Anima Mundi 2003
Festivais Carrousel International du film de Rimouski 2004 Festival de Gramado 2003 Mostra Ano Brasil na França 2005 Cine PE 2003
Quer ler um bom livro e ver um bom filme? Então, o nome é Jules e Jim. No livro encontramos além do romance (que baseou o filme), o roteiro para quem se interessar. Não é um roteiro atual, mas está valendo para checar até como foi feita tal adaptação para o cinema. A história? Bem... Dois homens dispostos a propiciar felicidade um ao outro, inclusive partilhando o amor pela mesma mulher. Na virada do século XX, Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre) são dois grandes amigos em perpétua comunhão que nem a 1ª Guerra Mundial, em que lutam em lados opostos, consegue destruir. No meio dos dois está a bela Catherine (Jeanne Moreau). Convenções sociais à parte, a obra é mais intrigante ainda se pensarmos que foi escrita em 1955. Se para os padrões de hoje isso soa incomun, imaginem para os daquela época. Mas o filme e livro são sonoridades pura, a começar pelo título da obra que foi escrita pelo jornalista, crítico de arte e marchand Henri-Pierre Roché (1879-1959) e filmado pelo cineasta François Truffaut (1936-1984), mesmo do filme Os incompreendidos. Arriscaria em dizer que talvez Jules e Jim seja um dos filmes mais conhecidos da Nouvelle Vague Francesa, então, para os amantes do cinema, é uma indicação obrigatória. O filme é leve e bem humorado. Veja o trailer...
Que tal começar o ano fazendo uma análise no passado? O ano em que meus pais saíram de férias (The year my parents went on vacation) é um filme que fala com suavidade da década de 70 em plena ditadura. É uma poesia para a política e o futebol de Pelé, mas, antes de tudo trata-se da sensibilidade e de uma alma de verdadeiro menino à espera por seus pais. Mauro (Michel Joelsas) é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade os pais de Mauro foram obrigados a fugir por serem de esquerda e serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Mauro é pego de surpresa ao chegar na casa do avô e saber que ele morreu. O garoto tem que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo. O filme mostra uma São Paulo acolhedora numa diversidade de culturas tão distintas, mas, ao mesmo tempo tão unidas. Michel Joelsas é cativante em sua atuação. O filme é fantástico e tem todos os elementos para prender o espectador do inicio ao fim. Também foi muito bem dirigido. Uma boa pedida para começar o ano refletindo um passado que completa quarenta anos.